Hoje, O Senhor lhe faz esta pergunta
Em certo momento da nossa vida cristã, nos será revelada
a resposta a esta questão. Deus se revela a nós para que O conheçamos e,
conhecendo-O, possamos Lhe responder como Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o
Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Naquele momento, Deus-Pai revelou ao discípulo
a identidade de Jesus Cristo e isso determinou a vida e a missão do apóstolo,
pois o Senhor se revela ao homem para que este seja participante de Sua vida e
de Sua ação neste mundo.
Na profissão de fé de Pedro, revela-se o
desígnio de Deus a seu respeito. Como primeiro entre os apóstolos, ele é
chamado a confirmar, na fé, os seus irmãos. Porém, a sua vocação não se
realizou por suas próprias forças. Temos uma prova disso logo depois de
Jesus dizer que sobre Pedro edificaria a Sua Igreja e lhe entregaria as chaves
do Reino dos Céus (cf. Mt 16, 18-19). O Mestre disse aos discípulos que deveria
ir a Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos, do sumo sacerdote e dos
mestres da Lei, seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia (cf. Mt 16,21).
Pedro, sem pensar muito, disse: “Deus não
permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!” (Mt
16,22). Tendo ouvido isso, Jesus repreende-o: “Vai para longe, Satanás! Tu és
para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as
coisas dos homens!” (Mt 16,23). Depois da linda confissão de fé de Simão Pedro:
“Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 16), ele demonstra que não
havia entendido nada do desígnio de Deus a respeito do sacrifício de Jesus,
muito menos a respeito dele.
Isso fica, claro, quando Jesus é preso
no Monte das Oliveiras. Pedro, tentando defender o Mestre, toma a espada e
corta a orelha de um dos servos dos sumo sacerdote (cf. Jo 18,10). Novamente,
Simão é repreendido por Jesus que diz: “Guarda a tua espada na bainha. Será que
não vou beber o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18,11). Logo depois, Pedro seguiu
Jesus e foi interrogado, por três vezes, se ele não era um dos discípulos de
Cristo. Ele negou Jesus nessas três vezes e, como havia sido dito pelo Mestre,
imediatamente o galo cantou (cf. Jo 18, 13-27).
Mesmo depois de tudo isso, Jesus aparece
para os discípulos e confirma a missão de Pedro, perguntando-lhe, por três
vezes se ele O amava. Pedro, por sua vez, repete também por três vezes que O
ama. Em resposta, por três vezes, Jesus confirma-o dizendo: “Apascenta as
minhas ovelhas”. Depois, Ele continuou dizendo com que tipo de morte Pedro
glorificaria a Deus (cf. Jo 21,15-20).
Como compreender que Pedro, depois de tudo o que fez,
decepcionado consigo mesmo, ainda poderia realizar a missão que Jesus lhe
confiou? Para responder esta questão, nos voltamos para o acontecimento do
Pentecostes. Depois, da morte, ressurreição e ascensão de Jesus, em obediência a
Ele, os apóstolos e discípulos estavam reunidos em Jerusalém, juntamente com a
Virgem Maria (cf. At 1, 14). Eles estavam unidos em oração quando receberam o
Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (cf. At 2, 4).
Depois de receber o dom do Espírito,
Pedro começou a pregar e, de uma só vez, mais de três mil pessoas se
converteram. O segredo do êxito de Pedro foi a fidelidade na oração em comum,
juntamente com Maria, a Mãe de Jesus. Se queremos ser fiéis à vocação que o
Senhor nos confiou, perseveremos na oração na Igreja, em comunidade, junto com
Nossa Senhora. Maria, que é cheia do Espírito Santo, nos dá a docilidade
necessária para a ação do Espírito em nós. Pelo mesmo Espírito, professamos a
nossa fé em Jesus Cristo e podemos ser fiéis à vocação que Ele nos confiou.
Natalino Ueda - Comunidade Canção Nova
http://blog.cancaonova.com/tododemaria
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