Desejo ardentemente entregar-me a ti,
fazer de ti meu único e verdadeiro ideal.
Desejo confiar plenamente em tuas graças
a ponto de me lançar em águas tão profundas, que nem mesmo à sabedoria humana
com suas tecnologias conseguiriam alcançar.
Desejo me tornar um portador da graça e
um verdadeiro instrumento em tuas mãos.
Desejo ser usado da forma que melhor lhe
aprouver para que as pessoas possam se tornar novas; novas criaturas, novas
almas e coração transformado.
Desejo me recolher de tudo e de todos
como fizeste no deserto, para conhecer os meus limites.
Desejo mostrar aos outros a alegria de
ser teu, de ter em ti os meus olhares e de confiar plenamente que tu provéns o
que realmente desejamos, assim como provê o sustento dos pássaros que em ti
confiam.
Ó, quão doloroso tem sido o esperar da
noite para entrega da minha vida, sinto-me como uma mãe que vê o seu filho
partir logo de manhã e o aguarda ansioso para poder cuidar do seu cansaço.
Sinto o ardente desejo de um dia, reunir
pessoas apaixonadas pelo mesmo ideal, e, mostrar a todos que a transformação
dos seres humanos não é utopia, mas sim um esforço de cada um fazendo a sua
parte.
Como eu queria..... Como eu queria.....
Sinto-me amarrado aos desejos terrenos,
sinto-me preso às correntes que não apertão meus tornozelos nem braços, mas que
sufocam a minha alma e que me impede de gritar pelo seu nome, por você.
Sinto-me preso às minhas prisões
pessoais, vicissitudes incompreensíveis para quem vê de fora, mas conhecidas
por ti que me conhece por dentro.
Como eu queria ver a juventude em único
tom, louvar o teu nome, fazer tua vontade.
Sinto a igreja como um gigante
adormecido, que pelos desejos terrenos foi se acostumando a tudo que foi
apresentado.
Não conseguimos mais lutar contra os
velhos hábitos, pois descobrimos que podemos conviver com certos pecados.
Não preciso doar a minha vida no final
de semana à tua obra, pois tenho o domingo para pedir perdão e recebê-lo na
comunhão. Recebê-lo de forma indigna, de forma desmerecedora.
Não tenho o zelo em segurá-lo como em
nosso primeiro encontro quando realizei a primeira comunhão. Não mais dobro o
meu joelho e meu coração para o meu momento contigo, sinto maior atração na
fila das pessoas que seguem em tua direção e em meus pensamentos apenas julgo
não serem elas dignas em recebê-lo, pois não tem feito nada a merecer, mas
percebo, que quem nada fez por merecê-lo sou EU.
Eu não o escutei quando me chamava,
também fingi não escutar quando ouvi sua voz.
Mesmo falando ao meu coração os teus
planos em minha vida e na vida daqueles que me rodeiam, decidi calar os meus
pensamentos. Mas, mesmo tentando calar os meus pensamentos, tua voz grita no
peito.
Peço perdão à noite, retorno ao pecado
pela manhã. Rogo por tua intercessão no domingo, mas durante a semana me
vanglorio com as vitórias que não reconheço que foram tuas.
SENHOR ME AJUDA
SIM EU QUERO LHE AJUDAR, O QUE DESEJAS?
(diz o Senhor)
Na verdade Senhor sei o que desejo, mas
reconheço que as limitações que imagino possuir não me deixam ir além, pois
sempre que desejo me doar a ti, imagino o pensamento das pessoas me
repreendendo por tal decisão e me falando que não sou capaz.
Sim Senhor lhe desejo, como sempre o
desejei, mas diferente do que antes, hoje estou mais sujo, mais cansado pelo
fardo que construí para mim mesmo e que hoje não tenho forças para carregar.
Tenho preguiça ao chamado de minha mãe,
nenhuma paciência para os puxões de orelha que minha irmã me faz e sinto
extremamente impotente, frente aos desaforos proferidos em grande dose pelo meu
irmão.
Sim Senhor, lhe desejo, e, continuarei
lhe desejando, mas diferente do que antes, pois sei que mesmo sujo e cansado
pelas quedas do meu caminho, encontro em ti a minha paz e esperança e sei que
para te encontrar preciso somente de uma coisa, ME ENTREGAR EM TEUS BRAÇOS!
Lucas Ribeiro Fernandes Maia
Fonte: Jovens Católicos
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