
Segundo o Catecismo, Cristo deu um novo sentido ao sofrimento com sua
morte na cruz para “configurar-nos com Ele e unir-nos à sua paixão
redentora." (Catecismo da Igreja Católica, 1505). Esses locais de
peregrinação, ao serem recordados, reafirmam em nós a necessidade de buscar um
mundo com maior solidariedade e fraternidade em especial para a juventude, grande
vitima da violência no Brasil.
Na Favela e na Cracolândia
Em uma procissão com a oração do rosário, jovens percorreram em 19 de
setembro, um dia após a chegada oficial da Cruz e do Ícone no Brasil, as ruas
do centro de São Paulo.
Durante a procissão, a Cruz Peregrina entrou na Favela do Moinho, na
capital paulista. Os jovens tiveram que passar debaixo de uma ponte e
atravessar a linha férrea com a Cruz para entrar na comunidade carente.
Enquanto passavam entre os inúmeros barracos da favela, com velas acesas, a
juventude entoava o hino da JMJ de 2000, “Emmanuel”.
“Esta música expressa o que estamos vivendo aqui neste momento. É o
Emanuel, o Deus Conosco que vem ao encontro dos mais sofredores”, afirmou,
emocionado, dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar de São Paulo e referencial
do Setor Juventude Arquidiocesano, que acompanhou toda a caminhada. Dom
Tarcísio convidou os moradores da favela a se aproximarem e tocarem a Cruz.
Depois de deixar a Comunidade do Moinho, a Cruz seguiu para uma das
regiões mais precárias da cidade, a chamada Cracolândia. O símbolo da JMJ
passou por uma rua tomada por centenas de usuários de crack espalhados pelas
calçadas. Enquanto um dos jovens conduzia um momento de oração, ouviu-se do
meio dos usuários alguém que disse: “Jesus morreu na cruz por mim”. Apesar de
visivelmente alterados pelo efeito da droga, alguns acompanharam a oração do
quinto mistério doloroso do rosário, chegando a recitar a “Ave-Maria”. Em
seguida, abriram espaço para que a Cruz continuasse sua caminhada.
O vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua da arquidiocese de
São Paulo, padre Julio Lancellotti, afirmou que a peregrinação da Cruz pelas
ruas da cidade de São Paulo deve ser um sinal de compromisso da Igreja para com
os que sofrem. “É a Cruz indo ao encontro dos crucificados, é a vida indo ao
encontro da morte. É o amor indo ao encontro da dor”, disse.
Lixão
Na cidade de Itaquaquecetuba, diocese de Mogi das Cruzes, os Símbolos
foram levados a um aterro sanitário, ao redor do qual vivem várias famílias em
situação de grande pobreza.
Dores juvenis
No dia 26 de setembro, durante a peregrinação dos símbolos da Jornada
pela cidade de Cubatão, que faz parte da diocese de Santos, os jovens
apresentaram uma peça teatral, em que foram mostradas algumas das cruzes que a
juventude carrega: violência, fome, desemprego, drogas, intolerância.
Comunidade terapêutica
A Cruz e o Ícone foram levados no dia 7 de outubro em carreata para uma
missa até a comunidade terapêutica Mãe da Vida, em Itapeva (sul do estado de
São Paulo), que cuida de homens e mulheres em processo de recuperação de
dependência química. O padre, durante a homilia, lembrou aos presentes que
somente com a ajuda de Deus é que conseguimos suportar nossas cruzes. A Cruz e
o Ícone de Maria, juntamente com visitantes e religiosos proporcionaram aos
internos momentos inesquecíveis de muita alegria e um auxílio valioso nesse
processo que estão vivendo.
“Estive preso e vieste me
visitar” Mt 25, 36
Em 21 de outubro, duas penitenciárias em Serra Azul, na arquidiocese de
Ribeirão Preto (norte de São Paulo) receberam a Cruz e o Ícone de Nossa
Senhora. Em um trabalho conjunto entre a Pastoral Carcerária e o Setor Juventude,
os símbolos da JMJ e o Evangelho de Cristo chegaram aos detentos, como forma de
garantir que os direitos humanos e dignidade humana sejam garantidos no sistema
prisional. O Complexo de Detenção Provisória de Suzano, na diocese de Mogi das
Cruzes, também já o havia recebido em 25 de setembro.
No dia 28 de outubro, os internos da Fundação Casa Dom Hélder Câmara,
em Franca, também receberam a visita dos Símbolos da JMJ. Durante a visita,
eles rezaram, carregaram a Cruz e o Ícone e apresentaram uma peça teatral sobre
a luta contra as drogas e a violência.
“Quando eles não estiverem mais na Fundação, queremos encontrá-los na
Jornada no Rio de Janeiro”, comentou o padre Ovídio de Andrade, coordenador da
Pastoral do Menor.
Por CNBB
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