“Aquele que tentar salvar a sua vida, a perderá. Aquele que a
perder, por minha causa, a reencontrará” (Mt 10,39).
Na manifestação de Sua Vontade Amorosa, “faça-se a luz”, “façamos o
homem à nossa imagem e semelhança” (Gn), Deus imprimiu à vida o ritmo da alegria. A natureza, nos tempos fortes e
fracos, obedientes à lei da criação, traduz alegria.
Na correria vertiginosa e forte da catarata, suas águas, em nenhum instante,
deixam transparecer a calma, a falta de movimentação aparente no lago que
formarão. É o tempo forte e fraco do ritmo da vida da natureza.
Na vida humana também há essa periodicidade: tempo para rir,
tempo para chorar. Tempo para nascer, tempo para morrer. Há tempos fortes, em
que nosso ser é exigido a tomar uma atitude profundamente radical, diante do
Senhor da Vida: SEGUIR as exigências daquele que nos torna mais homens, ou não
seguir e tatear pelas veredas do humanismo. Na resposta livre e responsável, o
homem viverá a calma, o abandono em Deus.
Tudo isso só pode ser vivido no ritmo alegre da Ressurreição. Devemos
procurar alicerçar no coração a busca pela alegria
da vida.
A dor, o sofrimento, estão na nossa vida, ao redor de nós. A cruz está
plantada no coração dos homens e isso é motivo de verdadeira alegria para aqueles que crêem: da cruz nasceu
a Vida, brotou a esperança.
Depois que Cristo ressuscitou, nenhum homem pode separar-se
da alegria de viver, embora
a natureza humana seja fraca e o pecado torne-a doente. Parece um
paradoxo, mas o homem no desejo de viver, busca como fuga, a doença
física, ataques psíquicos de toda espécie. No dia-a-dia na comunidade de
fé constatamos essa realidade: quantos se encantaram pela vida por causa
da alegria contagiante dos que resolveram
assumi-la, com todas as surpresas que oferece.
A alegria da vida é contagiante
quando alimentada na fé, descobre o caminho da sabedoria: Deus é
eterno, o homem é imortal, as coisas são perecíveis. O dinamismo da
vida cristã, gerador de verdadeira alegria,
revela claramente que, nas coisas que passam, o homem é a ocupação de Deus.
Cristo veio e resgatou o homem; não o deixou órfão, mas enviou o Paráclito. Por
herança deixou-lhe a eternidade.
A alegria dessa vivência brota
sempre que alguém aceita viver a vida, perdendo-a “Aquele que tentar
salvar a sua vida, a perderá. Aquele que a perder, por minha causa, a
reencontrará” (Mt 10,39).
É a alegria de ser, em Cristo,
para que Cristo seja, no outro, o valor máximo da vida. A morte começa então a
ser desejada. A morte do egoísmo, a morte do prazer pelo prazer, a morte de não
crer no Salvador, num mundo em que o relativo é absolutizado geram a vida do
amor, do essencial, do absoluto no coração do homem, onde ele percebe e
reconhece que a alegria é dom que só pode
vir do Senhor, mas que lhe cabe cultivá-la por uma vida pascoalizante.
Fonte: Movimento Valorização Humana/www.http://portalcatolico.org.br/
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